Todos nós, em algum momento da vida, já enfrentamos uma noite mal dormida. Seja por estresse, preocupações ou fatores externos, passar uma noite sem dormir pode ser algo relativamente comum. No entanto, para algumas pessoas, a dificuldade em adormecer ou manter um sono contínuo não se limita a uma noite isolada. Quando esse quadro persiste por semanas ou meses, estamos diante de um problema mais sério: a insônia crônica.
O que é Insônia Crônica?
A insônia é caracterizada pela dificuldade de iniciar ou manter o sono, ou ainda pela sensação de sono não reparador. O que diferencia a insônia aguda da insônia crônica é o tempo de duração dos sintomas. Enquanto a insônia aguda dura poucos dias ou semanas, geralmente associada a algum evento pontual de estresse ou mudança no estilo de vida, a insônia crônica se prolonga por no mínimo três meses, ocorrendo pelo menos três vezes por semana .
A insônia crônica não é apenas uma questão de não conseguir dormir. Ela afeta diretamente a qualidade de vida da pessoa, prejudicando o desempenho no trabalho, nas atividades diárias e nas relações sociais. A privação contínua do sono pode gerar problemas emocionais, como irritabilidade e depressão, e afetar funções cognitivas, como a concentração e a memória.
Causas da Insônia Crônica
A insônia crônica pode ter múltiplas causas, que se dividem em dois grandes grupos: fatores primários e secundários. Nos fatores primários, a insônia ocorre sem que haja uma condição médica ou psiquiátrica subjacente. Já nos fatores secundários, a insônia está associada a condições de saúde física, transtornos mentais, uso de medicamentos ou substâncias, ou até hábitos inadequados de sono.
Estresse e Ansiedade
O estresse contínuo e a ansiedade são, talvez, as causas mais frequentes da insônia crônica. Preocupações constantes com o trabalho, a vida pessoal ou eventos futuros podem ativar o sistema nervoso e dificultar o relaxamento necessário para o sono. As pessoas que sofrem de transtornos de ansiedade frequentemente relatam a dificuldade em “desligar a mente” à noite, o que resulta em noites mal dormidas .
Depressão
Outro fator importante a se considerar é a depressão. Muitos pacientes depressivos relatam insônia como um dos sintomas mais incômodos da condição. A depressão pode afetar o ciclo de sono-vigília, tanto levando à insônia quanto à hipersonia (sono excessivo). A relação entre insônia e depressão é complexa, pois a falta de sono pode agravar os sintomas depressivos, criando um ciclo difícil de romper .
Doenças Crônicas
Condições médicas crônicas, como dor crônica, problemas respiratórios (como apneia do sono) e distúrbios hormonais (como o hipotireoidismo), também podem contribuir para a insônia. Além disso, distúrbios neurológicos, como a doença de Parkinson e o Alzheimer, podem afetar os padrões de sono .
Medicamentos e Substâncias
Certos medicamentos, como antidepressivos e corticóides, podem interferir nos padrões de sono. O uso abusivo de cafeína, álcool e nicotina também é um fator significativo, especialmente se consumidos no final do dia. Essas substâncias podem atrapalhar o ritmo circadiano e dificultar o início do sono .
Higiene do Sono
Muitas vezes, os maus hábitos em relação ao sono podem ser um dos principais vilões da insônia crônica. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos antes de dormir, horários irregulares de sono, ambiente inadequado para o descanso (muito claro, barulhento ou quente) e a ingestão de alimentos pesados à noite são exemplos de fatores que podem comprometer a qualidade do sono .
Consequências da Insônia Crônica
A insônia crônica traz consequências significativas para a saúde mental e física. Além da fadiga constante, a privação do sono afeta a cognição, reduzindo a capacidade de atenção, memória e aprendizado. A falta de sono também está associada ao aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes .
Do ponto de vista mental, a insônia crônica pode agravar transtornos já existentes, como depressão e ansiedade, além de aumentar o risco de desenvolvimento de transtornos de humor e doenças psiquiátricas. Um estudo revelou que a insônia crônica pode ser um fator de risco para depressão severa, e as pessoas que sofrem de insônia têm até 10 vezes mais chances de desenvolver transtornos de ansiedade .
Tratamento da Insônia Crônica
O tratamento da insônia crônica depende de uma avaliação médica detalhada, que inclui tanto o histórico de saúde quanto o exame de hábitos de vida do paciente. A abordagem pode incluir:
– Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
A Terapia Cognitivo-Comportamental para insônia (TCC-I) é considerada o tratamento de primeira linha para insônia crônica. Essa abordagem visa modificar os pensamentos e comportamentos que interferem no sono. A TCC-I ajuda a identificar e corrigir crenças disfuncionais sobre o sono, bem como a implementar hábitos de higiene do sono .
– Medicação
Embora medicamentos para o sono possam ser úteis no curto prazo, seu uso prolongado não é recomendado sem a supervisão médica adequada. Fármacos como benzodiazepínicos e outros sedativos podem criar dependência e não tratam a causa subjacente da insônia .
– Mudanças no Estilo de Vida
A adoção de bons hábitos de sono, ou seja, uma higiene do sono adequada, pode ser extremamente eficaz no combate à insônia crônica. Isso inclui manter uma rotina regular de sono, evitar o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir, criar um ambiente de descanso adequado e evitar o consumo de substâncias estimulantes no final do dia .
– Quando Procurar Ajuda?
A insônia crônica não deve ser subestimada. Se você tem dificuldade em dormir por várias semanas e percebe que isso está afetando negativamente sua qualidade de vida, é fundamental procurar ajuda especializada. O tratamento precoce pode evitar que o problema se agrave e melhore significativamente a qualidade do sono e, consequentemente, a saúde física e mental.
O acompanhamento com um psiquiatra especializado como o Dr. João Bomfim pode ser uma das soluções mais adequadas para tratar a insônia, especialmente quando está associada a transtornos de ansiedade, depressão ou outras condições de saúde mental.
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Referências
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