A esquizofrenia é um dos transtornos mentais mais complexos e incompreendidos. Ao longo dos anos, ela tem sido alvo de inúmeros mitos e equívocos que contribuem para o estigma associado à doença e dificultam o acesso ao tratamento adequado. Para oferecer uma visão mais clara e informada, vamos explorar alguns dos principais mitos sobre a esquizofrenia e contrastá-los com as verdades baseadas em evidências científicas.
Mito 1: Pessoas com esquizofrenia têm múltiplas personalidades
Verdade: Um dos mitos mais persistentes sobre a esquizofrenia é a ideia de que ela envolve múltiplas personalidades. Na verdade, a esquizofrenia e o transtorno dissociativo de identidade (anteriormente conhecido como transtorno de personalidade múltipla) são condições distintas. A esquizofrenia é caracterizada por sintomas como alucinações, delírios, pensamento desorganizado e comportamento catatônico, mas não envolve a presença de várias identidades ou personalidades distintas.
Mito 2: Esquizofrenia é causada por má criação ou trauma
Verdade: A origem da esquizofrenia é multifatorial e envolve uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais. Embora eventos traumáticos ou estressores ambientais possam contribuir para o desenvolvimento do transtorno em pessoas predispostas, eles não são a causa única. A genética desempenha um papel importante, com estudos mostrando que o risco de desenvolver esquizofrenia é maior em pessoas que têm parentes de primeiro grau com a doença. Fatores neurobiológicos, como anormalidades na neurotransmissão de dopamina e glutamato, também estão fortemente associados ao desenvolvimento da esquizofrenia.
Mito 3: Pessoas com esquizofrenia são violentas e perigosas
Verdade: A associação entre esquizofrenia e violência é exagerada e, na maioria dos casos, incorreta. A maioria das pessoas com esquizofrenia não é violenta. Na realidade, elas são mais propensas a serem vítimas de violência do que a cometer atos violentos. O comportamento violento é mais frequentemente relacionado ao abuso de substâncias ou a outros fatores psicossociais, e não à esquizofrenia em si. É importante combater esse mito para reduzir o estigma e incentivar o tratamento e o suporte adequados para aqueles que vivem com a doença.
Mito 4: Esquizofrenia é uma sentença de vida sem cura
Verdade: Embora a esquizofrenia seja uma condição crônica, muitas pessoas com o transtorno podem levar uma vida plena e significativa com o tratamento adequado. O tratamento geralmente inclui uma combinação de medicamentos antipsicóticos, terapia psicossocial e suporte social. A eficácia do tratamento pode variar, mas muitos pacientes conseguem controlar seus sintomas e melhorar significativamente sua qualidade de vida. A chave para o sucesso do tratamento é o diagnóstico precoce e a adesão contínua às terapias recomendadas.
Mito 5: Todas as pessoas com esquizofrenia experimentam os mesmos sintomas
Verdade: A esquizofrenia é um transtorno altamente heterogêneo, o que significa que os sintomas podem variar amplamente entre os indivíduos. Enquanto algumas pessoas podem experimentar sintomas psicóticos graves, como alucinações e delírios, outras podem ter sintomas negativos predominantes, como apatia, isolamento social e dificuldade de expressar emoções. Além disso, o curso da doença também pode variar, com alguns indivíduos passando por episódios agudos seguidos de períodos de remissão, enquanto outros podem ter uma progressão mais contínua dos sintomas. Fonte: National Institute for Health and Care Excellence (NICE)
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A esquizofrenia continua sendo um dos transtornos mentais mais mal compreendidos, e os mitos em torno da doença contribuem para o estigma e a discriminação enfrentados por aqueles que vivem com ela. Compreender as verdades sobre a esquizofrenia é crucial para promover uma abordagem mais compassiva e informada, que encoraje o tratamento precoce e o apoio contínuo. Para isto você pode contar com a ajuda do Dr. João Bomfim. Ele tem uma abordagem humanizada e única para cada paciente. Clique aqui e veja como marcar sua consulta. O tratamento adequado pode fazer uma diferença significativa na gestão dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida.