Como Identificar os Sinais da Síndrome do Pânico no Trabalho: Um Guia Para Quem Sofre em Silêncio

Síndrome do Pânico no Trabalho

A rotina profissional faz parte da vida de grande parte das pessoas. O ambiente de trabalho, com seus desafios e responsabilidades, pode ser fonte de crescimento, realização e também de pressão. Em alguns casos, essa pressão ultrapassa o limite do saudável e acaba funcionando como um gatilho para o desenvolvimento de transtornos mentais, entre eles, a Síndrome do Pânico.

Embora muitas pessoas convivam com sintomas de ansiedade ou até mesmo crises de pânico no ambiente de trabalho, é comum que esses sinais sejam ignorados ou minimizados — muitas vezes por medo, vergonha ou pela falsa impressão de que se trata apenas de “estresse”. Este artigo tem como objetivo auxiliar no reconhecimento dos sinais da Síndrome do Pânico no trabalho e orientar sobre os primeiros passos para buscar ajuda.

O que é a Síndrome do Pânico?

A Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado pela ocorrência de crises inesperadas e recorrentes de medo intenso, geralmente acompanhadas de sintomas físicos e psicológicos marcantes. Durante uma crise de pânico, o corpo e a mente reagem como se estivessem diante de um perigo real, ainda que não exista uma ameaça concreta.

Essas crises podem durar minutos, mas o sofrimento gerado por elas pode ser profundo e prolongado, impactando significativamente a qualidade de vida e a rotina profissional.


Por que o ambiente de trabalho pode favorecer o surgimento das crises?

O ambiente de trabalho é, muitas vezes, um dos espaços mais desafiadores emocionalmente. Cargas excessivas de trabalho, prazos curtos, cobranças constantes, falta de reconhecimento, ambientes competitivos ou mesmo relações interpessoais difíceis podem funcionar como gatilhos para crises de ansiedade e pânico.

Além disso, existe uma pressão social para que o trabalhador se mostre sempre produtivo, eficiente e emocionalmente estável. Essa cultura dificulta o reconhecimento dos próprios limites e contribui para que muitos sofram em silêncio.


Principais sinais da Síndrome do Pânico no trabalho

Identificar os sinais precocemente pode fazer toda a diferença. Abaixo estão alguns dos sinais mais comuns que podem indicar a presença da Síndrome do Pânico no ambiente de trabalho:


Sintomas físicos frequentes:

  • Aceleração dos batimentos cardíacos (taquicardia);
  • Sensação de falta de ar ou sufocamento;
  • Tonturas ou sensação de desmaio;
  • Tremores pelo corpo;
  • Sudorese excessiva;
  • Náusea ou desconforto abdominal;
  • Sensação de aperto no peito ou dor torácica;
  • Ondas de calor ou calafrios.

Esses sintomas podem surgir de forma abrupta, em momentos de estresse ou até mesmo sem causa aparente.


Sintomas psicológicos:

  • Medo intenso de perder o controle;
  • Sensação de que algo muito ruim vai acontecer;
  • Medo de enlouquecer ou morrer;
  • Sensação de despersonalização (sentir-se “fora do corpo”) ou desrealização (sentir o ambiente “irreal”).


Comportamentos de evitamento:

Com o passar do tempo, é comum que a pessoa passe a evitar situações que associa às crises anteriores — como reuniões, apresentações, ambientes fechados ou trajetos específicos. Esse evitamento pode comprometer o desempenho profissional e o convívio social.


Ansiedade antecipatória:

Mesmo fora das crises, muitas pessoas passam a viver em constante medo de ter uma nova crise. Esse estado de alerta permanente gera sofrimento adicional e prejudica a concentração e o rendimento no trabalho.


Quando buscar ajuda?

Se você se identificou com os sinais descritos acima, é importante saber que o sofrimento não precisa ser enfrentado sozinho. A Síndrome do Pânico tem tratamento e, quanto mais precoce for o diagnóstico, melhores são os resultados.

O primeiro passo é buscar a avaliação de um psiquiatra, profissional capacitado para realizar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado, que pode incluir o uso de medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos e psicoterapia.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem mostrado excelente eficácia no tratamento da Síndrome do Pânico, ajudando o paciente a identificar pensamentos disfuncionais, trabalhar o medo das crises e desenvolver estratégias de enfrentamento.


O que pode ser feito no dia a dia?

Enquanto o tratamento não é iniciado, algumas estratégias podem ajudar a lidar com os sintomas no ambiente de trabalho:

  • Não se culpar por sentir o que sente;
  • Identificar e respeitar seus limites;
  • Praticar técnicas de respiração e relaxamento;
  • Buscar momentos de pausa ao longo do dia;
  • Conversar com pessoas de confiança;
  • Caso possível, informar o gestor ou o RH sobre sua condição — muitos ambientes estão mais abertos ao diálogo sobre saúde mental.


A Síndrome do Pânico é uma condição séria, mas tratável. Reconhecer os sinais no ambiente de trabalho é um passo essencial para o autoconhecimento e para a busca de uma vida profissional mais equilibrada e saudável. Lembre-se de que buscar ajuda especializada como a do Dr. João Bomfim não é sinal de fraqueza, mas um gesto de cuidado consigo mesmo. Clique aqui e marque agora sua consulta.


Links:

  • Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Transtorno de Pânico. Disponível em: https://abp.org.br/portal/faq/transtorno-de-panico/
  • Ministério da Saúde. Ansiedade e Síndrome do Pânico. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/ansiedade
  • Scielo Brasil. Transtornos de Ansiedade: diagnóstico e tratamento. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rprs/a/XV3FLqV9Hb4ZcYxdHHL3SmB/
  • Hospital Israelita Albert Einstein. Síndrome do Pânico. Disponível em: https://www.einstein.br/doencas-sintomas/sindrome-do-panico
  • Revista Brasileira de Psiquiatria. Tratamento do transtorno do pânico: uma revisão atualizada. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbp/a/B7qnV8t3WJkC7ZT3hx8rXDR/
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